Piadas Comentadas

Hoje o RISADA FORÇADA® inicia um novo serviço à comunidade. É o serviço de Piadas Comentadas. Com ele você poderá tirar a teima sobre aquele lance da piada que você não entendeu, sob vários aspectos gramáticos. Vamos ao nosso primeiro caso:

1.Não, nem eu

“–Sabe a piada do ‘Não, nem eu’?
– Não.
– Nem eu.”

·Análise gramática:
Sujeito: Composto
Sujeito Composto por: Pelo FDP que conta e pelo otário que cai.
Predicado: o “Não, nem eu”.
Tempo Verbal: Presente Simples
Locução Adjetiva: “a piada do”
Linguagem: Coloquial
Pessoa: 2ª pessoa do singular
Deficiência: faltam os pronomes pessoais do caso reto.

Caso comum na linguagem popular, a falta dos pronomes é uma situação de fácil correção. Acompanhe no quadro abaixo como fica a anedota usando-se dos pronomes.

Essas modificações, porém, não a qualificam a ser considerada como norma culta, pois a palavra “saber” aparece no sentido de “conhecer”. Sendo assim, se essa anedota seguir à norma culta da Língua Portuguesa, logo ficará assim:

Ainda, podemos agregar a linguagem arcaica à norma culta já empregada na anedota, que por fim, apresenta-se desta maneira:

Logo, podemos concluir que o sujeito composto põe a pessoa que conta como núcleo do sujeito. O “Não, nem eu” aparece como predicativo do sujeito secundário, ou seja, piadinha velha mas ainda tem quem caia!

2.O pires e a xícara

“O que o pires falou prá xícara?
R: – Que bundinha quente você tem!”.

· Análise gramática:
Sujeito: Com a mente suja.
Núcleo do Sujeito: o pires
Predicado: (mas não menos importante) “que bundinha”.
Núcleo do Predicado: a “bundinha”
Locução Adjetiva: “você têm”.
Tempo Verbal da 1ª oração: Pretérito Perfeito
Tempo Verbal da 2ª oração: Presente Simples
Linguagem: Coloquial / Popular
Pessoa na 1ª oração: 3ª pessoa do singular
Pessoa na 2ª oração: 3ª pessoa do singular
Discurso: Direto (mais direto, impossível).
Voz: Ativa

Nesse caso, vemos claramente a possibilidade de se mudar a voz ativa, tornando-a passiva. Veja como ela ficaria.
Podemos constatar que o adjetivo quente, acompanha-se, tanto na forma passiva como na ativa, da locução adjetiva “você tem”. Para que o substantivo feminino no diminutivo “bundinha” seja seguido logo por seu adjetivo, sem que seja necessária a locução, é aconselhável usar-se dessa forma:
Mesmo com essas modificações, essa anedota foge à norma culta, sendo necessária a adição de alguns pronomes de tratamento, bem como a troca do vocábulo “bundinha” por um de mesmo significado, porém mais apropriado. Veja no exemplo abaixo:

Pondo as nádegas como objeto direto da oração, e da maneira como o brasileiro vai direto ao ponto e só quer saber de nádegas mesmo, e pondo a xícara como passiva (da oração, seu mente-poluída!), a anedota apresenta-se finalmente da seguinte forma: